Muitas
vezes queremos dar nossa aula porque faz parte do conteúdo ou simplesmente
porque vai nos agradar e fazer bem, e esquecemos do sujeito principal que
queremos e precisamos alcançar: nosso aluno.
Precisamos
ter em mente que nossa classe é composta por várias vidas e cada uma em
particular possui sua cultura, sua história. Haverá crianças que direta ou
indiretamente têm um envolvimento com a vida rural e que muito poderão
contribuir com os colegas e o (a) professor (a), além de este assunto deixar a
criança do campo mais confortável e feliz.
Vamos usar uma música que retrata a vida do homem
no campo.
Recanto Feliz
Eu nasci num
recanto feliz
Bem distante da povoação
Foi ali que eu vivi muitos anos
Com papai mamãe e os irmãos
Nossa casa era uma casa grande
Na encosta de um espigão
Um cercado pra apartar bezerro
E ao lado um grande mangueirão
No quintal tinha um forno de lenha
E um pomar onde as aves cantava
Um coberto pra guardar o pilão
E as traias que papai usava
De manhã eu ia no paiol
Um espiga de milho eu pegava
Debulhava e jogava no chão
Num instante as galinhas juntava
Nosso carro de boi conservado
Quatro juntas de bois de primeira
Quatro cangas, dezesseis cansis
Encostados no pé da figueira
Todo sábado eu ia na vila
Fazer compras para semana inteira
O papai ia gritando com os bois
Eu na frente ia abrindo as porteiras.
Nosso sítio que era pequeno
Pelas grandes fazendas cercado
Precisamos vender a propriedade
Para um grande criador de gado
E partimos pra a cidade grande
A saudade partiu ao meu lado
A lavoura virou colonião
E acabou-se meu reino encantado
Hoje ali só existem três coisas
Que o tempo ainda não deu fim
A tapera velha desabada
E a figueira acenando pra mim
E por último marcou saudade
De um tempo bom que já se foi
Esquecido em baixo da figueira
Nosso velho carro de boi.
Bem distante da povoação
Foi ali que eu vivi muitos anos
Com papai mamãe e os irmãos
Nossa casa era uma casa grande
Na encosta de um espigão
Um cercado pra apartar bezerro
E ao lado um grande mangueirão
No quintal tinha um forno de lenha
E um pomar onde as aves cantava
Um coberto pra guardar o pilão
E as traias que papai usava
De manhã eu ia no paiol
Um espiga de milho eu pegava
Debulhava e jogava no chão
Num instante as galinhas juntava
Nosso carro de boi conservado
Quatro juntas de bois de primeira
Quatro cangas, dezesseis cansis
Encostados no pé da figueira
Todo sábado eu ia na vila
Fazer compras para semana inteira
O papai ia gritando com os bois
Eu na frente ia abrindo as porteiras.
Nosso sítio que era pequeno
Pelas grandes fazendas cercado
Precisamos vender a propriedade
Para um grande criador de gado
E partimos pra a cidade grande
A saudade partiu ao meu lado
A lavoura virou colonião
E acabou-se meu reino encantado
Hoje ali só existem três coisas
Que o tempo ainda não deu fim
A tapera velha desabada
E a figueira acenando pra mim
E por último marcou saudade
De um tempo bom que já se foi
Esquecido em baixo da figueira
Nosso velho carro de boi.
Comentando a música:
A
vida do homem do campo é dura com vários afazeres todos os dias.
Realmente
a rotina é pesada.
O
homem do campo precisa dormir cedo, não só pelo cansaço, mas porque no outro
dia precisa acordar também cedo, de madrugada, para iniciar todo o trabalho
novamente: tirar leite das vacas, roçar o mato, cuidar dos outros animais,
plantar, colher...
E
o que dizer do homem do campo antigamente? Trabalhava de sol a sol, casas com
paredes de barro e pedra, onde o chão era de terra batida...
Apesar
de ser uma vida com suas certas dificuldades, vemos neste texto o personagem (o
caipira, homem do campo), enfatizar a decepção por ter saído da roça. Aqui está
bem claro a saudade do lugar de onde saiu, as lembranças do tempo de criança e
do ambiente tão natural. E, principalmente a frustração de precisar vender este
pedaço de terra tão amado e valorizado.
Podemos
ver aqui, um homem saudosista, mas muito grato pela vida que teve como homem do
campo.
Objetivos da Aula
1) estimular no aluno a
curiosidade pela vida da zona rural;
2) fazê-los perceber o quanto
poderão acrescentar em suas vidas com a informações e aprendizagens obtidas;
3) instigá-los a refletir em
perguntas como: o que é caipira? É falar realmente errado? É não saber nada?...
4) interpretação e produção
textual
5) lançar situações como se
colocarem por exemplo, no lugar do aluninho que mora no campo e chega tímido na
sala, ou quando fica triste se alguém ri de sua forma simples de falar...
Aplicação
1) dar a letra aos alunos
para que acompanhem durante a canção;
2) usar o dicionário para
trabalhar as palavras do homem do campo que aparecem na música.
3) a parte da interpretação
poderá ser feita oralmente, através das perguntinhas sugeridas nos objetivos; nesse momento pode-se fazer
um debate, trocar experiências, compartilhar opiniões;
4) em seguida ler “Comentando o texto” e observação que fiz , podendo os alunos
acrescentarem algo mais;
5) pedir para que produzam um
texto (uma poesia ou mesmo uma música com a mesma melodia de Recanto Feliz), onde os alunos
escreverão uma situação contrária a que vive o personagem do texto: o aluno
será uma pessoa que sairá da cidade para morar no campo. Como será a reação
dele? O que contará de sua vida quando morava na cidade? Será que agora ele se
sente mais feliz?
É bem certo que surgirão produções com reações
diferentes. E isso é que tornará o resultado bem interessante.
Sugestões aos colegas:
1) trabalhe esta aula a
partir do 3º ano;
2) explore-a também nas
disciplinas de História e Geografia;
3) Se quiserem mais um
complemento, tem esta música que poderá também apresentar à sala: “Caipira”- Chitãozinho e Chororó
Então
vamos lá? Boa aula !
Nenhum comentário:
Postar um comentário